Artilheiro do Brasileirão, Ronaldinho se destaca na comparação com quem fez a diferença em edições passadas dos pontos corridos
Ronaldinho comanda a arrancada do Fla
no Brasileirão (Foto: Maurício Val/VIPCOMM)
no Brasileirão (Foto: Maurício Val/VIPCOMM)
O fator Ronaldinho. Aí está uma das principais razões para a liderança do Flamengo no Campeonato Brasileiro. A única equipe invicta na competição tem 33 pontos. As últimas quatro partidas, com quatro vitórias rubro-negras, ilustram a importância do camisa 10 do time de Vanderlei Luxemburgo. Na incrível virada sobre Santos, 5 a 4, na Vila Belmiro, o craque fez três gols. Contra o Grêmio, no Engenhão, deu o passe para Thiago Neves marcar o primeiro e se encarregou de fazer o segundo. Contra o Cruzeiro, em Sete Lagoas, outra assistência. Desta vez, foi Deivid quem recebeu livre, na frente do goleiro Fábio, para completar e assegurar a vitória por 1 a 0. No sábado passado, no difícil confronto com o Coritiba, no Rio, R10 conseguiu brilhar nos últimos minutos da partida e fez um cruzamento perfeito para o gol decisivo de Jael (1 a 0).
O Rubro-Negro tem 28 gols no campeonato, o melhor ataque. Com nove, o Gaúcho é o artilheiro e fez ainda cinco assistências. Ou seja, das vezes em que o Flamengo marcou, ele teve contribuição direta em metade. O astro disputou 14 jogos, com média de 0,64 gols. A média de assistências por partida é de 0,35. A história da competição mostra que este equilíbrio é raro. Geralmente, o artilheiro dá poucos passes e o garçom não marca tantos gols.
Nas assistências, Ronaldinho perde, por exemplo, para Danilo, líder deste ano neste quesito. O meia do Corinthians fez sete assistências em 13 participações, média de 0,53. Nos gols, no entanto, o corintiano fica bem atrás. Fez apenas dois, média de 0,15.
Baseado no peso dos números de R10, o GLOBOESPORTE.COM compara as estatísticas do meia com outros jogadores que fizeram a diferença em edições anteriores do Brasileirão. Ora garçom, ora goleador, o capitão rubro-negro tem se destacado nas duas frentes. O que mais se aproximou do equilíbrio parcial de Ronaldinho foi Conca, ex-Fluminense, na temporada passada.
Conquista com sotaque argentino
Conca foi o craque do Brasileirão de 2010
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
(Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Protagonista do título brasileiro do Fluminense em 2010, Darío Conca impressionou a todos com talento e assiduidade. O ex-jogador tricolor, hoje no chinês Guangzhou, conduziu a equipe com nove gols e impressionantes 17 assistências na vitoriosa campanha. Disputou todas as 38 partidas, apesar das incômodas dores no joelho esquerdo. Na média de gols, ficou com 0,23. Na de assistências, saltou para 0,44. Ou seja, vence Ronaldinho nos passes, mas perde nos gols.
Ainda na temporada passada, Jonas, do Valencia-ESP e da Seleção Brasileira, foi um dos destaques do nacional pelo Grêmio. Com 23 gols em 33 jogos, o atacante terminou a competição como artilheiro (média de 0,69). O jogador também deu oito assistências ao longo do torneio (0,24 por jogo) e foi um dos principais responsáveis pela grande arrancada do Tricolor gaúcho no segundo turno, que assegurou a vaga na Libertadores. Com ele em campo, o time venceu 15 partidas.
Império rubro-negro
Adriano brilhou na conquista de 2009 (Foto: EFE)
Um ano antes, Adriano fora determinante para o Flamengo na caminhada rumo ao hexa. O Imperador fez 19 gols nos 30 jogos que disputou naquela edição e teve importância singular para tirar o clube mais popular do país da fila de 17 anos. Na arrancada do time rumo ao título, demonstrou algumas das virtudes de um líder: raça, dedicação e talento para destruir defesas. Ergueu o troféu com uma média de 0,63 gols por jogo (R10 tem 0,64). Centroavante que é, fez quatro assistências e tem média baixa: 0,13.
Em 2008, trinca de artilheiros e de garçons
No ano do sexto título do São Paulo, o equilíbrio marcou a disputa pela artilharia e pela liderança nas assistências. Dois trios dividiram as honras. No quesito bola na rede, Keirrison, do Coritiba, Washington, do Fluminense, e Kleber Pereira, do Santos, fizeram 21 gols cada. O ex-atacante tricolor jogou menos, 28 vezes, mas teve a melhor média: 0,75 gols por confronto. K9 (31 jogos) e Kleber Pereira (35 jogos) foram bem: 0,67 e 0,60 de média, respectivamente. Formado por definidores, o trio foi discreto nas assistências: uma de Keirrisson, duas do Coração Valente e duas de Kleber Pereira.
Naquela edição, três jogadores compartilharam a liderança nas assistências. Patrício, da Portuguesa, Jorge Wagner, do São Paulo, e Julio Cesar, do Goiás, deram 11 passes para gol cada. A melhor média foi do ex-lateral-esquerdo do Esmeraldino: 0,39 por jogo. Ele disputou 28 partidas.
Artilheiros dos pontos corridos com 20 clubes:
Ano | Jogador | Jogos | Gols | Assistências | Média gols | Média assistências |
---|---|---|---|---|---|---|
2006 | Souza (Goiás) | 30 | 17 | 6 | 0,56 | 0,20 |
2007 | Josiel (Paraná) | 36 | 20 | 3 | 0,55 | 0,08 |
2008 | Keirrison (Coritiba) | 31 | 21 | 1 | 0,67 | 0,03 |
2008 | Washington (Fluminense) | 28 | 21 | 2 | 0,75 | 0,07 |
2008 | Kleber Pereira (Santos) | 35 | 21 | 2 | 0,60 | 0,05 |
2009 | Adriano | 30 | 19 | 4 | 0,63 | 0,13 |
2009 | Diego Tardelli (Flamengo) | 33 | 19 | 6 | 0,57 | 0,18 |
2010 | Jonas (Grêmio) | 33 | 23 | 8 | 0,69 | 0,24 |
2011 | Ronaldinho (Flamengo) | 14 | 9 | 5 | 0,64 | 0,35 |
Líderes em assistências nos pontos corridos com 20 clubes:
Ano | Jogador | Jogos | Gols | Assistências | Média de gols | Média de assistências |
---|---|---|---|---|---|---|
2006 | Souza (São Paulo) | 29 | 4 | 11 | 0,13 | 0,37 |
2007 | Jorge Wagner (São Paulo) | 34 | 4 | 13 | 0,11 | 0,13 |
2008 | Patrício (Portuguesa) | 32 | 2 | 11 | 0,06 | 0,34 |
2008 | Jorge Wagner (São Paulo) | 36 | 2 | 11 | 0,05 | 0,30 |
2008 | Julio Cesar (Goiás) | 28 | 4 | 11 | 0,14 | 0,39 |
2009 | Cleiton Xavier (Palmeiras) | 32 | 3 | 13 | 0,09 | 0,40 |
2010 | Conca (Fluminense) | 38 | 9 | 17 | 0,23 | 0,44 |
2011 | Danilo (Corinthians) | 13 | 2 | 7 | 0,15 | 0,53 |
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